Sair de Casa dos Pais ? Já não é trauma nenhum viver com os pais.

Sair de casa dos pais implica, primeiro que tudo, encontrar uma casa. E a dúvida que se põe é a seguinte: comprar ou alugar?
Estatísticas revelam que o número de jovens que preferem comprar casa tem aumentado consideravelmente. Os bancos oferecem cada vez melhores vantagens e as taxas de juro dos empréstimos à habitação têm baixado muito nos últimos anos.
Resultado: a prestação mensal a pagar ao banco é, muitas vezes, semelhante ou mesmo inferior à renda de aluguer mensal.
Muitas imobiliárias acabam, também, por oferecer facilidades para quem procura a primeira casa. Assim, a compra de habitação própria está muito facilitada.
Mas não basta pagar a casa. A somar ao montante da compra temos ainda as burocracias: a escritura pública, os registos provisórios e os restantes impostos.
Para quem prefere alugar, escolher a casa que reúne às melhores condições o melhor preço não é tarefa fácil: o mercado de arrendamento é livre e, por isso, o valor das rendas varia muito.
Os contratos de arrendamento trazem consigo direitos e obrigações que devem ser bem estudadas pelo arrendatário, de maneira a se evitar surpresas desagradáveis. Por exemplo, se o imóvel for colocado à venda, o senhorio não só é obrigado a informar o inquilino como, também, a dar-lhe prioridade sobre a sua compra.
O pagamento de uma caução aquando a assinatura do contrato é, também, obrigatório por isso há que contar com esta despesa, para além da renda do mês corrente.
Mas os gastos iniciais não se ficam por aqui. As mudanças, a instalação da luz, do telefone, do gás, o equipar a casa (móveis, electrodomésticos, etc.), tudo entra no orçamento que pode chegar, facilmente, a atingir as centenas de euros. E, por esta altura, a conta já vai bem alta...
Os primeiros tempos avizinham-se, então, difíceis - especialmente se o dinheiro não for muito. E as despesas mensais?
Pois é, além da prestação do banco ou da renda, temos o telefone, a luz, o gás, a alimentação, o condomínio, os transportes, o seguro, os jantares, as saídas com os amigos... A lista parece não ter fim.
Resumindo e concluindo, já aqui vão uns boas centenas de euros.
Soluções? Não há muitas... Sair de casa implica mesmo um grande investimento.
Mas, como diz o ditado, no poupar é que está o ganho. Reduzir as despesas supérfluas, partilhar o carro com um colega de trabalho, comprar mobílias em segunda-mão, dividir a casa com mais companheiros, são apenas algumas ideias que podem ajudar a esticar o orçamento.
Por tudo isto, é normal, nos nossos dias, vermos um indivíduo com os seus 25 anos (ou mais) a viver comodamente em casa dos pais.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a saída de casa dá-se por volta dos 23 anos para as mulheres e dos 28 para os homens.
Os jovens querem, acima de tudo e antes de abandonarem o lar materno, assegurar uma situação económica estável que lhes permita manter a qualidade de vida a que estão habituados. E nem sempre esta autonomia financeira é conseguida com o primeiro emprego. Há que dar tempo ao tempo e esperar pela altura certa.
Além disso, os estudos ocupam cada vez mais o nosso tempo. O primeiro emprego surge, assim, já muito tarde. Por arrastamento, o casamento também.
A própria família e a sociedade também não exercem qualquer tipo de pressão para que o jovem saia de casa - já não é trauma nenhum viver com os pais.
Longe vai o tempo em que atingir a maioridade significava sair de casa...
Quando fui viver com o meu namorado nem pensámos em alugar... comprámos logo um apartamento. Não é a casa dos nossos sonhos mas é a que podemos pagar e a que temos neste momento.
ResponderEliminarbjs